Artigo: Balas ao sol – norte ao sul

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Por: Luiz Roberto Vasconcellos Boselli*

Não tivemos o reinado de Momo, mas tivemos o reinado – dos amantes das balas perdidas. Uma equação matemática, no Brasil contemporâneo, é: mais armas, menos livros, é igual a ignorantes armados. As milícias tiveram um Carnaval animado. E os traficantes de Deus, não param de comemorar. Assim, vejam o rico diálogo de dois neo trogloditas contemporâneos, asseclas do Governo Central da Morte. Então, temos o A e o B: A) ó, olha só a minha arma como é bonita e poderosa. B) ó, a minha é mais que a tua, veja que cano lindo. A) tá bom, então vamos testá, eu atiro em você… B) e eu atiro em você, beleza, sô? É, e quem morrer primeiro, perde. B) a gente atira junto, né? A) é, a gente conta até trêis (mais que isto não dá) e atira. B) tá bom, já entendi, mas a gente atira no peito ou na cabeça? A) ah! sei lá, acho melhor no coração, do lado esquerdo do peito. B) do seu ou do meu? A)  ah, cada um atiro no outro peito. B) tá, bom, acho que assim não dói. A) é, acho também. Então, vamo… B) vamo…. E, assim, aconteceu, o que os dois sagazes amigos, se propuseram a fazer.

No universo coronelista, encostado na porta de um bar, lá no interiorzão de meu deus, um matador de aluguel, sorrindo discretamente, mas bem visível, o seu dente de outro brilhava ao sol, pensava, esperançoso (matador de aluguel não fica ansioso) nos novos parabelos que o coronel iria arrumar. Em uma Delegacia qualquer, um senhor entra para dar queixa de um roubo, do qual foi vítima, de suas novas armas que comprou para caçar. O Delegado pergunta se ele não vendeu as armas para traficantes. Ele alega que não, seo delegado, eu sô gente do bem.

E assim, caminha o País comandado pelo Centrão e por um mandatário mor, tresloucado e que detém uma torpe visão da realidade ao decretar facilidades para a aquisição e posse de armas de fogo. Agora, tomar decisões políticas para ocorrer o barateamento do livro, isto não acontece. E não consta em pautas políticas. Mesmo porque, não é de interesse, de qualquer Partido/Políticos, pautar esta defesa.   Até porque, o mandante mor, baseado em sua sapiência cultural, afirmou que só a elite do País é que lê. Provavelmente, esta incrível e erudita opinião, tem como referência, ou autorreferência, (ele e familiares não são muitos chegados a este hábito). Sendo que os elementos da erudita opinião, foram extraídos das suas brilhantes asneiralogia e disparatelogia.

Sabemos, também, que é do ideário político de Partidos de Direita ou de extrema Direita, deixar o conhecimento fora de alcance da população e, principalmente, das classes populares, mantendo a ignorância presente no seu dia a dia, para mais facilmente dominar, ludibriar e enganar com as distorções e manipulações de informações acerca da realidade do País. Em tempo, para os asseclas desta pavorosa linha política, este é um assunto um tanto quanto difícil de entender. A miopia social do comandante mor, ou melhor, como é de seu feitio, se apegar ao negacionismo. Além disso, não creio que alguma vez esteve em uma bienal do livro, pois, se lá tivesse estado, alguma vez, veria o quanto alunos de escolas públicas são ávidos e prontos para adquirir o maravilho e saudável hábito de leitura. Como também não deve saber e seu ministro da educação, provavelmente também, em algumas escolas do nosso amado interiorzão, existe a Sacola de leitura, projeto desenvolvidos por Salas de Leituras, consiste em que o aluno leve, no fim de semana, para sua residência, diversos materiais de leituras, para deleite de toda família.

Assim e então, quem sabe possa surgir, em algum lugar, um político iluminado, que venha propor a desoneração do mercado livresco. E nós, que tínhamos a esperança de que as águas de março carregassem para longe, através de suas abundantes enxurradas, o famigerado COVID/19. Ah, me perdoem, mas vou “chover no molhado”, porque as canalhices e hipócritas ações políticas, utilizando a vacina, e as incompetências e inoperâncias, ainda se encontram em no nosso dia a dia, e a vacina do povaréu, infelizmente, está bem distante, provavelmente, além dos arcos ires, que estão brindando Marília com as suas aparições.

*Luiz Roberto Vasconcellos Boselli – [email protected]

**Os artigos assinados não representam a opinião de O Defensor!

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